A decisão surge após semanas de intensas conversações nos bastidores com os ucranianos, que se tornaram mais urgentes depois de a Rússia ter iniciado uma grande ofensiva em Kharkiv, por volta de 10 de maio.
Três dias depois, em 13 de maio, Sullivan, Austin e o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Charles Brown Jr., realizaram uma de suas videoconferências seguras regularmente programadas com seus homólogos ucranianos. Mais uma vez, os ucranianos pressionaram Biden para levantar as restrições dos EUA aos disparos contra território russo, argumentando que as preocupações do presidente sobre a escalada eram exageradas. Mas disseram que a questão era agora mais urgente porque os russos estavam a bombardear locais civis em redor de Kharkiv a partir das suas fronteiras, sabendo que os ucranianos não conseguiriam responder plenamente.
Após a reunião, Sullivan, Austin e General Brown decidiram recomendar ao presidente que revertesse sua posição, disseram as autoridades. Mas eles mantiveram a decisão muito próxima. Dois dias depois, em 15 de maio, Sullivan transmitiu a recomendação a Biden, que disse – pela primeira vez – que estava inclinado a criar uma exceção que permitiria aos ucranianos responder, mesmo que os ataques russos viessem. Alguns quilômetros além da fronteira russa. A essa altura, Blinken já estava em Kiev e ouviu o pedido de um retrocesso diretamente do presidente Volodymyr Zelensky.
No mesmo dia da reunião privada com o Sr. Sullivan, o Presidente reuniu-se com o General Christopher J. Cavoli, o comandante de quatro estrelas do Comando Europeu dos EUA e Comandante Supremo Aliado da Europa. Ele estava em Washington para uma reunião anual de todos os comandantes combatentes e disse a Biden que também concordava que a proibição de disparar contra a Rússia representava um risco para a Ucrânia – embora ele também, disse um funcionário, estivesse preocupado com as potenciais respostas russas.
Blinken voltou de Kiev e se encontrou com Biden e Sullivan na noite de 17 de maio no Salão Oval, dizendo que estava convencido de que os Estados Unidos precisavam mudar sua posição. As autoridades disseram que já estava claro que Biden estava a bordo, mas o presidente insistiu que antes de tomar uma decisão formal, queria realizar uma reunião com “funcionários” de segurança nacional para considerar os riscos. Essa reunião só aconteceu na semana passada, no momento em que vazou a notícia da mudança de opinião de Blinken.
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