Por Sérgio Concalves
LISBOA (Reuters) – Os dois maiores fabricantes de vidro e dois maiores produtores de cimento de Portugal respondem por 10% das emissões industriais de carbono do país, disseram nesta terça-feira que se juntaram a um novo consórcio para lançar uma usina de hidrogênio verde.
Denominado Nazare Green Hydrogen Valley (NGHV), o consórcio é liderado pela produtora portuguesa de gás renovável Rekha Energy e inclui as cimenteiras Symbor e Cecil e os fabricantes de vidro PA Glass e Grizzly, informou o NGHV em comunicado.
Estes quatro geram mais de 1 milhão de toneladas de emissões de CO2 por ano, o que equivale a 2,5% do total de emissões de CO2 de Portugal.
Portugal, em linha com as orientações europeias, pretende atingir a neutralidade carbónica até 2050, com uma meta provisória de redução das emissões de 45% e 55% em relação aos níveis de 2005 até 2030.
O hidrogênio verde, que é produzido usando eletricidade de fontes renováveis, como a luz solar, é considerado a principal fonte de energia para transporte pesado de longa distância e poluição das indústrias de cimento, aço e vidro.
“Este é o maior projeto do género a ser lançado em Portugal”, disse o NGHV. “A descarbonização dessas empresas reduzirá significativamente as emissões totais de carbono da indústria em todo o país.”
O consórcio construirá uma usina de hidrogênio verde com capacidade instalada inicial de 40 MW (MW), que deverá aumentar para 600 MW.
A fábrica ficará localizada no centro de Portugal, onde os fabricantes de cimento e vidro têm as suas fábricas. A federação espera começar a instalar a infraestrutura até 2023 e trazê-la até o final de 2025.
O grupo investirá mais de 100 milhões de மில்லியன் (US$ 113 milhões) para transformar os atuais processos industriais das empresas em carbono neutro, o que deverá aumentar ao longo do tempo.
Fazem parte do consórcio a empresa de águas Águas do Centro Litoral (ACL) e a unidade de fornecimento de gás natural da empresa de energia Galp.
As tubulações de golfe transportam hidrogênio, enquanto a ACL fornece águas residuais para a usina de eletrólise, que usa energia solar para separar a água em hidrogênio e oxigênio.
(Reportagem de Sergio Concalves; Edição de John Harvey)
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