Lisboa, nov. 13 – Um juiz de Lisboa ordenou na segunda-feira a libertação da custódia de cinco pessoas detidas na semana passada por acusações de corrupção e tráfico de influência, incluindo um antigo chefe de gabinete do primeiro-ministro cessante de Portugal.
Eles são suspeitos de uma investigação do Ministério Público sobre supostas atividades ilegais envolvendo os projetos governamentais de lítio e hidrogênio e um data center de grande escala.
A investigação levou à demissão, na semana passada, do primeiro-ministro António Costa, que foi alvo de uma investigação relacionada. Uma eleição antecipada foi anunciada em 10 de março.
Os procuradores pediram a continuação da detenção do antigo chefe de gabinete Vitor Escaria e de Diogo Lacerta Machado, consultor empresarial e amigo de Costa.
Lacerda Machado foi libertado sob fiança de 150.000 euros (160.305 dólares), enquanto nenhuma fiança foi solicitada para Escaria, que será proibida de viajar para o estrangeiro, disse o tribunal, sendo ambos suspeitos de influenciar o caso.
O juiz retirou as acusações de corrupção e negligência médica contra os cinco, apresentadas pelos procuradores, levantando questões sobre a solidez do caso contra eles.
O advogado de Machado, Manuel Magalhães e Silva, disse que a decisão do tribunal de retirar as acusações revelou “erros graves” no processo.
Outros três detidos no âmbito da investigação incluem Afonso Salema, executivo-chefe do projeto do data center, que o tribunal disse ser suspeito de influenciar e fornecer benefícios indevidos. Ruy Neves, um dos diretores do data center, também foi acusado de crimes semelhantes.
Ambos foram libertados e o tribunal instruiu as autoridades a verificarem a sua residência.
Outros foram apontados como suspeitos formais na investigação, mas não foram presos, incluindo o Ministro das Infraestruturas, João Calamba, e Nuno Lacasta, da Agência do Ambiente APA. Eles ainda não compareceram ao tribunal.
O governo permanece totalmente operacional por enquanto, pelo menos até a votação parlamentar final sobre o orçamento de 2024, em 29 de novembro, mas Kalamba apresentou a sua demissão na segunda-feira. Ele citou a necessidade de proteger a “paz de espírito” de sua família e disse que não havia culpa.
“Apresentei a minha demissão apesar de entender que as condições políticas para o desempenho das minhas funções não estão esgotadas”, afirmou em comunicado, comprometendo-se a cooperar com o processo judicial.
A demissão de Costa deixa também o cargo de secretário-geral do Partido Socialista (PS), cabendo ao vencedor da disputa pela liderança do partido concorrer ao cargo de primeiro-ministro.
O ministro do Interior, José Luis Carneiro, foi o primeiro a anunciar oficialmente a sua candidatura, e o antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, também se juntou à corrida.
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Relatório de Katerina Demoni; Edição de Andre Caleb, Aislinn Laing, Christina Fincher e Deepa Babington
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