- autor, Malo Corcino
- Papel, BBC Notícias
As autoridades do estado brasileiro do Rio Grande do Sul confirmaram 54 casos de leptospirose de origem hídrica depois que a região testemunhou enchentes sem precedentes em abril e maio.
Outros quatro morreram após contrair a doença, que é transmitida através de água contaminada com urina de animais infectados, como ratos.
A Secretaria de Saúde do estado disse em comunicado que até 800 casos suspeitos estão sendo investigados.
Mais de 165 pessoas morreram nas inundações e muitas outras ainda estão desaparecidas.
Mais de 2,3 milhões de brasileiros de 469 municípios do Rio Grande do Sul foram afetados pelo que o governo brasileiro chamou de “catástrofe climática”.
Pelo menos 581 mil pessoas foram deslocadas, enquanto alojamentos temporários conseguiram abrigar 55 mil gaúchos (gaúchos), segundo relatos da mídia local.
Muitas cidades do estado permanecem submersas e as condições podem levar ao aumento dos casos de leptospirose.
Os sintomas da doença incluem febre, dores musculares e náuseas seguidas de vômitos.
A Secretaria de Saúde do estado alertou os moradores que as águas das enchentes podem se misturar ao esgoto, levando à transmissão de doenças como leptospirose e hepatite A.
O Brasil está vacinando sua população contra a hepatite A, mas devido à escala disso está orientando as pessoas a evitarem consumir água ou alimentos que possam estar contaminados com água de enchentes.
Os esforços de recuperação e resgate continuam, e o governo federal destinou mais de R$ 1,8 bilhão (£ 275 milhões, US$ 348 milhões) para apoiar o Rio Grande do Sul.
À medida que as águas das enchentes recuam, a extensão total dos danos ao estado mais ao sul do Brasil tornou-se mais aparente. Aqueles que conseguiram retornar para suas casas estão tentando salvar suas propriedades que resistiram às enchentes.
O Rio Grande do Sul tem uma população de mais de 10 milhões de habitantes em 497 municípios. O país faz fronteira com Uruguai e Argentina.
“Desastre climático”
Críticos do governo do Rio Grande do Sul acusaram o governador do estado de cumplicidade nos danos causados por sua postura em relação às políticas ambientais.
Em artigo publicado no site da Folha, a jornalista Eleonora de Lucena escreve que a liderança da direita no Rio Grande do Sul significa que os políticos locais atendem aos interesses dos produtores de soja e negligenciam as obrigações de proteção ambiental.
Sob a liderança do governador Eduardo Leite, foram feitas mais de 400 alterações na legislação ambiental do estado, incluindo uma lei que permite a construção de barragens em áreas de proteção ambiental.
Mas durante uma entrevista à BBC Brasil na semana passada, Light defendeu as suas políticas, acrescentando que barragens em áreas protegidas permitiriam a produção de alimentos.
As inundações foram o resultado de fortes chuvas sem precedentes na região. Mas o colapso de uma barragem hidroeléctrica, após dias de fortes chuvas no início de Maio, agravou o êxodo.
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