HELSINQUE (Reuters) – A Finlândia colocará barreiras em quatro pontos de passagem de sua fronteira com a Rússia a partir da meia-noite, em um esforço para impedir um aumento no número de migrantes que Helsinque diz estar sendo coordenado por Moscou, disseram autoridades nesta sexta-feira.
A Finlândia acusou as autoridades russas de direcionar os migrantes para as travessias em resposta à sua decisão de aumentar a cooperação em defesa com os Estados Unidos, que o Kremlin rejeitou.
A Guarda de Fronteira Finlandesa adiantou que serão instaladas barreiras em quatro das nove passagens com a Rússia, em Valima, Noigama, Imatra e Nirala, no sudeste do país, e as estações permanecerão fechadas a todo o tráfego até 18 de fevereiro.
A emissora pública finlandesa YLE informou que o primeiro confronto físico entre guardas de fronteira e migrantes ocorreu na estação fronteiriça de Nirala antes das 19h00, hora local (17h00 GMT), mais de uma hora antes do encerramento programado da estação.
A estação YLE viu um migrante ser detido devido a um irritante químico, enquanto outros foram empurrados para trás pelos guardas de fronteira depois que um grupo de cerca de 30 migrantes chegou à estação de Nirala vindos da Rússia a pé e de bicicleta e tentou invadir o ponto de entrada.
“Nosso objetivo é usar barreiras para impedir a entrada”, disse Matti Pitcanetti, chefe de assuntos internacionais da Patrulha de Fronteira, aos repórteres. Ele acrescentou que estas medidas surgiram em resposta às mudanças na política fronteiriça russa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na sexta-feira que a Finlândia está cometendo um “grande erro” ao escolher o caminho do confronto com a Rússia, disse a agência de notícias TASS citando o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na sexta-feira.
“(Só podemos) expressar profundo pesar pelas autoridades finlandesas terem tomado o caminho da destruição das relações bilaterais”, disse Peskov, citando a TASS.
Cerca de 300 requerentes de asilo, a maioria provenientes do Iraque, Iémen, Somália e Síria, chegaram à Finlândia esta semana, segundo a guarda de fronteira.
Quase 100 pessoas entraram na Finlândia vindas da Rússia apenas ao meio-dia de sexta-feira, disseram autoridades.
A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 km (833 milhas) com a Rússia, que também serve como fronteira externa da União Europeia.
Helsínquia irritou Moscovo quando aderiu à NATO em Abril passado, após a invasão russa da Ucrânia, após décadas de não-alinhamento.
Pitcaniti disse que a partir de sábado, os requerentes de asilo que cheguem através da Rússia só poderão entregar os seus pedidos em dois postos de fronteira do norte, em Sala e Vartius.
O Provedor de Justiça da Finlândia para a não discriminação disse na quinta-feira que Helsínquia continua obrigada, ao abrigo dos tratados internacionais e da legislação da UE, a permitir que os requerentes de asilo procurem protecção.
A agência fronteiriça da União Europeia, Frontex, disse à Reuters que enviaria oficiais à Finlândia para ajudar a proteger a fronteira.
“Estamos… a preparar-nos para prestar assistência imediata através do destacamento adicional dos nossos agentes permanentes”, disse um porta-voz da Frontex por e-mail.
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, agradeceu às autoridades finlandesas por protegerem as fronteiras externas do bloco. “A exploração dos migrantes pela Rússia é vergonhosa”, acrescentou.
(Reportagem de Issy Lehto e Anne Kuranen; Reportagem de Mohammed para o Boletim Árabe; Preparação de Mohammed para o Boletim Árabe) Reportagem adicional de Jan Strubczewski nos escritórios de Bruxelas e Moscou; Edição de Terje Solsvik, Gareth Jones, Andrew Heavens e Jonathan Oatis
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