O arquipélago da Madeira, em Portugal, está a testemunhar o nascimento de um hub de startups focado em tecnologias emergentes, como blockchain e inteligência artificial.
Rogério Gouveia, secretário das Finanças do governo regional da Madeira, disse que o sector da tecnologia representa cerca de 30% dos negócios da ilha – um aumento significativo para uma economia tradicionalmente baseada no turismo.
A comunidade tecnológica local está por trás da Madeira Blockchain Conference, um evento de dois dias que incentiva o networking de startups e discussões sobre como o blockchain pode ser usado para resolver problemas do mundo real.
O Cointelegraph marcou presença no evento realizado pelo segundo ano consecutivo no Centro de Cultura e Investigação do Funchal (CCIF).
Os estúdios de jogos tradicionais estão adotando silenciosamente o blockchain e evitando os chavões.
As empresas de jogos que exploram a tecnologia blockchain enfrentaram reações adversas de jogadores e desenvolvedores, levando alguns estúdios a se afastarem dos jargões relacionados à Web3.
A Redcatpig, tradicional estúdio de jogos, enfrentou obstáculos para adotar recursos de blockchain em seus jogos. O CEO Marco Bettencourt destacou a dificuldade de fazer com que as equipes de startups explorem os benefícios potenciais da integração do blockchain no desenvolvimento de jogos.
Embora o estúdio trabalhasse com tecnologia, evitava chavões. “Todos sabemos que existem novas tecnologias. Todos nós sabemos sobre NFTs e tecnologia proprietária. Você não vende jogos usando chavões. […] Os jogadores não precisam saber se é Web3 ou blockchain. A única coisa que eles precisam saber é que se comprarem uma pele, ela será deles e poderão vendê-la amanhã se quiserem”, disse Bettencourt.
Em 2024, a empresa lançará seu primeiro jogo baseado em blockchain, oferecendo skins e drones de Token Não Fungível (NFT) que podem ser negociados e comprados no jogo com moeda fiduciária ou criptomoeda.
Sua startup está arrecadando fundos? Nem todo dinheiro é criado da mesma forma
Alexandre Mendes, chefe de iniciativas e estratégia da Subvisual, forneceu insights importantes sobre como levantar capital para startups Web3 durante o evento. Segundo ele, as startups que buscam financiamento devem lembrar que “nem todo dinheiro é criado da mesma forma”.
As startups precisam de uma estratégia clara sobre que tipo de investidores procuram e como participarão na gestão. “Então lockup ou lockup, vesting, carry, são temas muito estratégicos e exigentes com os quais temos que ter muito cuidado”, disse Mendes.
Mendes explorou o “dilema infinito” de lançar um token e construir um produto ao mesmo tempo. Segundo ele, nem todo projeto precisa de token. “Nem sempre precisamos de um token. […] A quantidade de startups que lançaram um token com sucesso é notável.”
Muitos fundadores muitas vezes não sabem para quem estão construindo, disse Mendes, acrescentando que alguns projetos são mais uma demonstração de tecnologia do que um produto. “Isso nos leva ao que estamos tentando construir aqui: é uma demonstração de tecnologia ou estamos realmente tentando construir uma empresa?”
Madeira aposta em startups para dinamizar a sua economia
A Madeira abraça novas tecnologias, oferecendo incentivos importantes às startups. Uma das vantagens para as empresas de tecnologia é a sua zona de comércio livre, que oferece incentivos fiscais às empresas, incluindo uma das taxas de imposto sobre as sociedades mais baixas da UE e isenções fiscais sobre ganhos de capital.
“Para as empresas que pretendem estabelecer-se na região, os principais incentivos fiscais encontram-se na Zona Franca da Madeira ou no Centro Internacional de Negócios. A região oferece um regime fiscal preferencial, limitando a taxa de imposto sobre as sociedades a um máximo competitivo de 5%”, disse Gouveia. disse ao Cointelegraph, acrescentando que a região não é um paraíso offshore, mas sim atua sob regulamentos e diretrizes para estimular o desenvolvimento econômico da Madeira.
A Madeira está a desenvolver uma rede de pagamentos para ligar os comerciantes locais e facilitar o câmbio de moeda aos turistas. Atualmente em fase de estudo de viabilidade, espera-se que a rede funcione com tecnologia blockchain, permitindo aos turistas carregar fundos num cartão de débito para utilização em todo o arquipélago. O mesmo sistema de cartões também está planeado para melhorar as funções do governo, incluindo a distribuição de benefícios públicos, tais como estipêndios aos residentes.
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