Dezembro 26, 2024

Revista PORT.COM

Informações sobre Portugal. Selecione os assuntos que você deseja saber mais sobre no Revistaport

Abrigos do Algarve iluminam a emergência animal em Portugal

Abrigos do Algarve iluminam a emergência animal em Portugal

Uma abordagem contraditória ao bem-estar animal está ficando fora de controle

Coincidentemente, dois abrigos de animais sediados no Algarve começaram a publicar uma situação em que sentem que não estão a fazer nada face à avalanche de cães e gatos indesejados.

Não basta “culpar as autoridades” (em qualquer sector raramente cumprem o que prometem), é um problema que parece ser a incapacidade dos cidadãos comuns de avaliarem o que está a causar a proliferação animal descontrolada e de fazerem algo a respeito. isto.

AEZA – diz Multiculturalismo Associação Ecologista E Jufila de Aljur – Num post nas redes sociais publicado no passado fim de semana: “É completamente decepcionante, desgastante e preocupante, depois de 22 anos de atividade na AEZA, estamos a tentar incentivar a população do concelho de Aljezur a esterilizar os seus cães e gatos. – Esta é a única forma viável e eficaz de combater os milhares de animais que nunca encontrarão uma família adotiva, aumentando assim o número de animais abandonados em Algeciras e em Portugal – a situação ainda não evoluiu. De uma forma positiva, mas as perspectivas são para pior no futuro.

“Atualmente, temos 53 cães e 54 gatos em nosso abrigo e algumas famílias adotivas.

Foto de : ANIMAL RESCUE ALGARVE

«Quanto aos gatos, também somos responsáveis ​​por cuidar de cerca de 18 colónias espalhadas pelo concelho de Aljezur, que deverão ter 90 animais.

«Além destes números, diariamente chegam mensagens e telefonemas de cidadãos residentes em Aljezur com a intenção de nos dar mais animais. Alguém pode me dizer como resolver isso?

“Dada a aparente falta de interesse neste assunto demonstrada pelos políticos locais e nacionais, pelas autoridades e pela maioria da população… O que pode ser feito? Um milagre é a única solução?

“Como temos feito nos últimos 22 anos, vamos tentar combater todo este sistema que é completamente indiferente aos animais. A questão é quanto tempo vamos esperar…”

O desespero da AEZA é evidente há algum tempo. A sua página nas redes sociais publicou recentemente uma publicação sugerindo que encontrar animais descartados poderia “reverter” os próprios animais, em vez de os deixar em abrigos já sobrelotados que continuam a lutar para sobreviver.

Foto de : ANIMAL RESCUE ALGARVE

As instalações da AEZA são diplomaticamente descritas como “edifícios agrícolas temporariamente convertidos”. Para ser justo, ninguém ficaria surpreendido se fossem anunciados como “restos de um incêndio florestal devastador”: este é um abrigo de animais muito típico do Algarve, sem frescuras, imaginação e até renderização básica.

Mais a leste, abrigos como o ARA (Assistente de resgate de animais) são positivamente banhados a ouro em comparação. Mas mesmo a ARA, situada no autodenominado “Triângulo Dourado” da região, não está nada brilhante.

Tentando ser o mais diplomático possível, o abrigo emitiu um comunicado de imprensa na semana passada alertando que os gatos vadios nas áreas abastadas da região “ainda estão se multiplicando em níveis insustentáveis”.

O plano da própria ARA para resolver o problema foi “bem-vindo” pelas autoridades municipais locais, que não trouxeram o apoio necessário (ver abaixo).

Foto de : ANIMAL RESCUE ALGARVE

Associação “As autoridades subestimaram a extensão do problema” (…) “Embora o problema dos gatos selvagens não seja novo, o ritmo de proliferação destes animais é muito preocupante, especialmente porque a maioria dos abrigos privados – em cabanita como a ARA – estão lotados e a maioria dos abrigos municipais são inadequados ou inexistentes.

“A ARA teme que as ruas fiquem inundadas com animais vivos ou mortos. Apesar dos seus melhores esforços, os abrigos estão actualmente a lutar para lidar com o aumento do número, com a maioria das associações sobrelotadas e com falta de pessoal, o que significa que, sem ajuda adicional urgente, um colapso irá ocorrerá em breve.

Muitos factores contribuíram para esta situação – desde 2018, a proibição da eutanásia de animais para fins de controlo populacional é outra razão para a sobrelotação nos abrigos. Mas a raiz do problema é a incapacidade de participar em campanhas contraceptivas a todos os níveis.

Mulu, mulher Foto: AEZA-FACEBOOK
Mulu, mulher
Foto: AEZA-FACEBOOK

A ARA aponta para instalações inadequadas e falta de gestão que capturem e devolvam gatos selvagens às colónias após a esterilização.

Um colapso comum nas boas intenções, 50 anos desde que Bridget Hicks, a primeira verdadeira “campeã animal” do Algarve, iniciou os seus esforços tardios para mudar atitudes e proteger os animais da negligência, pouco progresso foi realmente feito.

Ninguém quer ver animais doentes a morrer nas ruas, alerta a ARA, mas a menos que algo mude, é para aqui que as coisas vão – e uma suposição é clara: as associações e abrigos de animais precisam do apoio das suas comunidades e autoridades locais. Eles não podem realizar milagres “por conta própria”.

Silêncio, masculino Foto: AEZA-FACEBOOK
Calma, macho
Foto: AEZA-FACEBOOK

O plano da ARA é controlar a população de gatos selvagens em 10 anos

Num mundo perfeito, o ‘MEGA Community Cat Project/Vila dos Gatos’ da ARA (veja a nossa história “Além da Caixa de Areia”) esterilizaria 1.500 gatos selvagens por ano e fornecer-lhes-ia água fresca e comida em ‘habitações’ de madeira de livros ilustrados. . Construído por presidiários da prisão de Sylves.

No papel, se todo o financiamento necessário estiver disponível, o número de gatos reprodutores poderá ser reduzido para metade em cinco anos e controlado em 10. Mas a sociedade animal insiste que isto só acontecerá se os municípios locais se comprometerem com o projecto. Certifique-se de que haja pessoal e financiamento.

Gostar/dar um ‘joinha’ não ajuda ninguém – legiões de animais deixados nas ruas multiplicam-se e ficam doentes ou em perigo, sem garantia de cuidados veterinários.

A ARA alerta que isto pode tornar-se um problema de saúde pública – em última análise, um “destino de férias de primeiro mundo” nunca deveria acontecer.

Por Natasha Dawn
[email protected]